segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Aula de Biologia

(Ao Prof, e quase Dr, Rodrigo Zieri e sua aula inspiradora)
A rã
Estava quieta 
Sossegada 

Mas seu namorado todo cheio de bossa de si 
E de papo 
Começou a cantoria.

 Na beira da lagoa 
Depois do dia quente 
Depois da chuvinha gostosa
 O namorado queria 
Só Namorar. 

 Os vizinhos chiavam 
Aquela barulheira 
Aquela cantoria 
Enchia o saco 
Colorido. 

 A rã não ouvia reclamações 
Só tinha olhos e ouvidos para ele. 

Seu namorado 
Foi chegando de mansinho 
E a abraçou 
Abraço Nupcial. 

Um ninho de espuma 
Pintas coloridas 
Filhotes coloridos. 

 Mas o namorado
 Foi-se embora 
O coração da rã fatigado 
Ficou fatiado 
Em milímetros por navalhas de diamante.

Mas só até 
A próxima noite 
Quente 
Depois da chuva... 

 Afinal Desde girininha 
A rã carrega 
Poesia 
Nas suas células Hematopoéticas.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Noite sem fim



Gosto quando a lua surge assim 

Bem grande 

Como um grande prato de sopa 

Clara e brilhante 


E, então, tenho a sensação que

Por mais longa que seja a noite

Amanhã 

Talvez 

Eu não amanheça perdida



Busca

Texto (parcialmente) desenvolvido durante oficina "Tecendo Lagartas" da Suzanna Buzato


Corpo pelas ruas
Busca seu espelho
Deseja outra forma
Que só existe no mundo que não existe

Na ânsia utópica
Vomita vida de margarina

As vias sem rosas
O sol baunilha
Embaçam minha retina

Mas os passos pesados,
Que levam a cabeça dentro de si,
Não veem o céu além da esquina