(Ao Prof, e quase Dr, Rodrigo Zieri e sua aula inspiradora)
A rãEstava quieta
Sossegada
Mas seu namorado
todo cheio
de bossa
de si
E de papo
Começou a cantoria.
Na beira da lagoa
Depois do dia quente
Depois da chuvinha gostosa
O namorado queria
Só
Namorar.
Os vizinhos chiavam
Aquela barulheira
Aquela cantoria
Enchia o saco
Colorido.
A rã não ouvia reclamações
Só tinha
olhos
e ouvidos
para ele.
Seu namorado
Foi chegando
de mansinho
E a abraçou
Abraço Nupcial.
Um ninho de espuma
Pintas coloridas
Filhotes coloridos.
Mas o namorado
Foi-se embora
O coração da rã
fatigado
Ficou fatiado
Em milímetros
por navalhas de diamante.
Mas só até
A próxima noite
Quente
Depois da chuva...
Afinal
Desde girininha
A rã carrega
Poesia
Nas suas células
Hematopoéticas.