Cardápio com meus Contos e Microcontos
Sirvam-se
20. Os olhos da noite
Não sabia o que era dormir. Sonhar, descansar e deixar a alma pairar sorrateira em outro plano eram coisas cujos significados práticos desconhecia. [Continuar lendo]
19. A vida na tarde de inverno
O vento rosa cantava devagar, dançando com as folhas, sujando as roupas, que ela acabara de estender no varal, e pintava seus pés descalços. O céu com nuvens baunilha estava parado em um retrato. Devia ter uns 30 anos [Continuar lendo]
18. A ilha misteriosa de Titã
Café Solar, nome estranho e quente para uma lanchonete lotada em um dia frio e nublado. O barulho da chuva, misturado com o das conversas e com os toques de celular, a deixa zonza. [Continuar lendo]
17. Na fronteira para outro mundo
Ela vem a passos firmes e rápidos. Embora pouca as sinta, são as pernas que sabem o caminho. A cabeça o desconhece. O calor do bafo do leão ainda está no seu pescoço. É preciso andar cada vez mais rápido. Mais rápido. Rápido, moça. [Continuar lendo]
16. Mais um passo
O pé direito da sala aumenta a sensação de infinito. A porta se abrira sozinha. Será que fora o vento? Atrás ficaram o céu negro e as árvores revoltas balançando os braços. [Continuar lendo]
15. Entre a primavera e o estio
Ela encosta no sofá. O vazio e a plenitude ocupam agora o mesmo lugar. O peito fica pequeno para tanto. Entre correr e esperar, ela para. [Continuar lendo]
14.Matemática para tentar te encontrar
Fiz a média ponderada entre a temperatura da praia equatorial e a dos mares do sul, somei a velocidade da brisa que sopra nos cabelos da menina no balanço de frente à minha janela e concluí: [Continuar lendo]
13.Só dói
- Só dói.
- Mas o que, senhora?
- O corpo.
- A cabeça?
- É, mas não só.
- As pernas? [Continuar lendo]
- Mas o que, senhora?
- O corpo.
- A cabeça?
- É, mas não só.
- As pernas? [Continuar lendo]
12. Nas pontas dos dedos
Os dedos percorrem o corpo, ela quer guardar o seu desenho, a sua pele.
Desenha o rosto, os olhos, quer levar esse olhar para sempre junto contigo. A boca. [Continuar lendo]
Desenha o rosto, os olhos, quer levar esse olhar para sempre junto contigo. A boca. [Continuar lendo]
11. No Império do Silêncio
As mãos acariciam os cabelos, desmancham os cachos displicentes. Ela dorme, mas se arrepia. O corpo se movimenta lentamente, procura, sonolento, se acomodar à nova situação. [Continuar lendo]
10. Despertar
Ela abre a janela, respira o ar gelado que deveria ajudar a despertar.
O sol ainda preguiçoso recusa-se a acordar. Mas é dia. Dia cinza. Sabe que é necessário sair. O relógio toca pela segunda vez. Vai se atrasar. [Continuar lendo]
O sol ainda preguiçoso recusa-se a acordar. Mas é dia. Dia cinza. Sabe que é necessário sair. O relógio toca pela segunda vez. Vai se atrasar. [Continuar lendo]
9. Venha
Segure a minha mão e me leve por caminhos desconhecidos. [Continuar lendo]
8. Beijo
Ele se aproxima devagar, não há como ter certeza do que vai acontecer agora. O curto espaço que os separa será vencido rapidamente. Suas mãos suam gelado. Traz a bolsa segura pela alça. Precisava ter alguma coisa na mão para disfarçar o medo. [Continuar lendo]
7. O Salto
Olha para baixo, a altura a deixa zonza, dá uma passo para trás, mas o vento refresca seu rosto, bagunça seus cabelos e a convida para o pulo.
Ela resiste, ainda carrega na pele a lembrança da última queda. [Continuar lendo]
Ela resiste, ainda carrega na pele a lembrança da última queda. [Continuar lendo]
6. Se ventasse
Se ventasse, meu corpo, minha alma e meus pensamentos [Continuar lendo]
5. devagar
Ela olha para os lados, o que houve? Todos andam em câmera lenta, a vida está funcionando devagar. De repente todos os seus pensamentos tem um só foco. [Continuar lendo]
4. acaso
O coração palpita. As mãos suam, geladas. A cabeça tornou-se uma tempestade de pensamentos. Não perdia o controle da situação desde a adolescência. E agora estava ali, bancando a adolescente, se sentindo a adolescente. O que aconteceria? Qual seria o próximo passo? [Continuar lendo]
3. Saudades
2. A Farsa
O corpo todo treme, pode sentir o estômago parado, congelante. Há quanto tempo não sentia isso? O mundo parou por um minuto. Gostava da sensação mas não da situação. Não o conhecia, na realidade ela estava começando a se conhecer agora. Estranho depois de tanto tempo. [Continuar lendo]
1. Quanto tempo o tempo tem?
Ela fecha os olhos. O mundo se abre diferente. Ele está lá. Há quanto tempo? Não importa. Ele continua igual, os mesmos olhos castanhos e doces, a barba por fazer, os braços compridos, o sorriso enorme. Estava lá. Não podia negar. Seus olhos tinham certeza. Sua mão. Sua boca.
"O que você fez hoje?" é a pergunta de sempre. [Continuar lendo]
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