sábado, 22 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
O Salto
Olha para baixo, a altura a deixa zonza, dá uma passo para trás, mas o vento refresca seu rosto, bagunça seus cabelos e a convida para o pulo.
Ela resiste, ainda carrega na pele a lembrança da última queda. As cicatrizes estão ali. O salto não parece uma opção, volta-se e pela primeira vez visualiza a floresta pedrificada onde esteve presa por tanto tempo. Suas pernas doem. O sol bate em seu rosto. Depois de tanto tempo no breu, no meio das pedras úmidas, a luz a incomoda. Pensa em voltar, lá não haveria quedas nem hematomas a serem tratados, só alguns espinhos que ela já conseguia remover sem maiores dores.
Mas a luz esquenta seu corpo, entra na sua pele. Olha novamente para o precipício. O céu está azul, como há muito não via. O vento lhe sussurra palavras doces que lhe refrescam a alma. Só mais um passo e já sente o chão começar a ceder sob seus pés descalços.
O vento a abraça e a chama. Ela deseja. Mas quem a segurará no fim do salto? O vento mexe em seus cabelos e a arrepia. Sente seus pés ainda darem um último passo. O vento a envolve. O medo acabou.
Ela resiste, ainda carrega na pele a lembrança da última queda. As cicatrizes estão ali. O salto não parece uma opção, volta-se e pela primeira vez visualiza a floresta pedrificada onde esteve presa por tanto tempo. Suas pernas doem. O sol bate em seu rosto. Depois de tanto tempo no breu, no meio das pedras úmidas, a luz a incomoda. Pensa em voltar, lá não haveria quedas nem hematomas a serem tratados, só alguns espinhos que ela já conseguia remover sem maiores dores.
Mas a luz esquenta seu corpo, entra na sua pele. Olha novamente para o precipício. O céu está azul, como há muito não via. O vento lhe sussurra palavras doces que lhe refrescam a alma. Só mais um passo e já sente o chão começar a ceder sob seus pés descalços.
O vento a abraça e a chama. Ela deseja. Mas quem a segurará no fim do salto? O vento mexe em seus cabelos e a arrepia. Sente seus pés ainda darem um último passo. O vento a envolve. O medo acabou.
domingo, 2 de agosto de 2009
Beijo
Ele se aproxima devagar, não há como ter certeza do que vai acontecer agora. O curto espaço que os separa será vencido rapidamente. Suas mãos suam gelado. Traz a bolsa segura pela alça. Precisava ter alguma coisa na mão para disfarçar o medo. Entretanto a bolsa não parece colaborar. Ela está com medo. O sentimento visivelmente está no modo como ela mexe os pés, movimenta o cabelo, arruma a blusa e tenta parecer descontraída. Sem sucesso. Olha para trás. Procura o portão por onde entrou. Ele continua lá com suas duas folhas de ferro enormes escancaradas. Pelo vão, pode-se ver o céu anil com algumas nuvens de algodão. Ela respira aliviada. Firma seus pés no chão. Olha para ele.
Já pode ser visto sem esforço, ele está muito mais perto agora. Pode reparar em seu rosto. Vem sorrindo. Sorriso doce, tímido, de canto de boca.Realmente é um homem lindo. Traz a mochila nas costas. Parece que fugiu de casa. Seus olhos doces encontram os olhos assustados dela. O sorriso ilumina seu rosto. Segura firme a alça da mochila. Caminha decidido em direção a ela. Olhar fixo e doce. Pensamentos vagando nos sonhos que teve durante a viagem.
Poucos passos os separam agora, depois de tanto tempo de espera.
Ela segura sua bolsa com força. Olha uma última vez para a porta. O céu está cor de baunilha. Chovem folhas na rua. O vento faz todo mundo procurar abrigo. Ela volta-se para ele. Ele está lá. O sorriso. Os olhos. Não há mais como fugir. Ela não consegue se mexer. Com esforço estende a mão e lhe toca o rosto. Precisava saber se era verdade.
Sente sua respiração. Seu coração. Perde-se nos olhos dele. O mundo para naquele instante, afogado naqueles olhos.
Ele a abraça pela cintura. As mãos dele procuram os cabelos dela. Sonhava com esse cheiro. Não havia palavras a serem ditas. Chove. As pessoas correm. Para aqueles dois nada disso importa. Os olhos agora procuram as bocas. Não há mais ninguém aqui.
Já pode ser visto sem esforço, ele está muito mais perto agora. Pode reparar em seu rosto. Vem sorrindo. Sorriso doce, tímido, de canto de boca.Realmente é um homem lindo. Traz a mochila nas costas. Parece que fugiu de casa. Seus olhos doces encontram os olhos assustados dela. O sorriso ilumina seu rosto. Segura firme a alça da mochila. Caminha decidido em direção a ela. Olhar fixo e doce. Pensamentos vagando nos sonhos que teve durante a viagem.
Poucos passos os separam agora, depois de tanto tempo de espera.
Ela segura sua bolsa com força. Olha uma última vez para a porta. O céu está cor de baunilha. Chovem folhas na rua. O vento faz todo mundo procurar abrigo. Ela volta-se para ele. Ele está lá. O sorriso. Os olhos. Não há mais como fugir. Ela não consegue se mexer. Com esforço estende a mão e lhe toca o rosto. Precisava saber se era verdade.
Sente sua respiração. Seu coração. Perde-se nos olhos dele. O mundo para naquele instante, afogado naqueles olhos.
Ele a abraça pela cintura. As mãos dele procuram os cabelos dela. Sonhava com esse cheiro. Não havia palavras a serem ditas. Chove. As pessoas correm. Para aqueles dois nada disso importa. Os olhos agora procuram as bocas. Não há mais ninguém aqui.
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