Pela manhã,
um anjo cego, maneta e rouco
me abençoou
com sua mão esquerda.
sábado, 31 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Abusivo
Quanto você vale?
Já lhe dei meu tempo
meu amor
minha atenção
meu latim
você me quis mais
pediu compreensão
pediu paciência
pediu tolerância.
Não sei não
mas acho que o valor já está abusivo.
Já lhe dei meu tempo
meu amor
minha atenção
meu latim
você me quis mais
pediu compreensão
pediu paciência
pediu tolerância.
Não sei não
mas acho que o valor já está abusivo.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Marca
Acordei hoje
Sem saber se foi ilusão ou verdade
Meu corpo denuncia a sua presença
Tenho ainda
Seu braço marcado na minha mão
Seu cheiro no meu pescoço
Seu gosto na minha boca
Sua voz no meu ouvido
Sua pele na minha pele
Mas tenho poucas lembranças
Uma promessa vaga
Um pedido sussurrado
Um beijo mais demorado
Você foi
E me deixou completa.
Sem saber se foi ilusão ou verdade
Meu corpo denuncia a sua presença
Tenho ainda
Seu braço marcado na minha mão
Seu cheiro no meu pescoço
Seu gosto na minha boca
Sua voz no meu ouvido
Sua pele na minha pele
Mas tenho poucas lembranças
Uma promessa vaga
Um pedido sussurrado
Um beijo mais demorado
Você foi
E me deixou completa.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Súplica Riopretense

Composição: Luiz Gonzaga
Mas as imagens são de Rio Preto, dia 7 de outubro de 2009.....
que de joelhos rezou um bocado,
pedindo pra chuva cair, cair sem parar.
Oh! Deus será que o senhor se zangou,
Oh! Deus será que o senhor se zangou,
e é só por isso que o sol se arretirou,
fazendo cair toda chuva que há .
Oh! Senhor,
Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover, mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta, uma planta no chão.
Oh! Meu Deus,
Oh! Meu Deus,
se eu não rezei direito,
a culpa é do sujei
to,

desse pobre que nem sabe fazer a oração.
Meu Deus, perdoe encher meus olhos d'água,
Meu Deus, perdoe encher meus olhos d'água,
e ter-lhe pedido cheio de mágoa,
pro sol inclemente, se arretirar, retirar.
Desculpe, pedir a toda hora,
Desculpe, pedir a toda hora,
pra chegar o inverno
e agora, o inferno queima o meu humilde Ceará.
Oh! Senhor,
Oh! Senhor,
pedi pro sol se esconder um pouquinho,
pedi pra chover, mas chover de mansinho,
pra ver se nascia uma planta, planta no chão.
Violência demais, chuva não tem mais, corrupção demais, política demais, tristeza demais. O interesse tem demais!
Violência demais, fome demais, falta demais, promessa demais, seca demais, chuva não tem mais!
Lá no céu demais, chuva tem, tem, tem, não tem, não pode tem, é demais.
Violência demais, fome demais, falta demais, promessa demais, seca demais, chuva não tem mais!
Lá no céu demais, chuva tem, tem, tem, não tem, não pode tem, é demais.
Pobreza demais, como tem demais!
Falta demais, é demais, chuva não tem mais, seca demais, roubo demais, povo sofre demais.
Falta demais, é demais, chuva não tem mais, seca demais, roubo demais, povo sofre demais.
Oh! demais.
Oh! Deus.
Oh! Deus. Só se tiver Deus. Oh! Deus.
Oh! fome. Oh! interesse demais, falta demais...!
Oh! Deus.
Oh! Deus. Só se tiver Deus. Oh! Deus.
Oh! fome. Oh! interesse demais, falta demais...!
Despertar
Ela abre a janela, respira o ar gelado que deveria ajudar a despertar.
O sol ainda preguiçoso recusa-se a acordar. Mas é dia. Dia cinza. Sabe que é necessário sair. O relógio toca pela segunda vez. Vai se atrasar.
O cheiro do orvalho, da grama, da terra. Ela não quer. Deita mais uma vez. Quer o calor da cama e o acalento dos sonhos. A luz fraca lhe acaricia o rosto. A hora de levantar já passou há muito. Não há mais como prolongar o calor da cama e das cobertas. Levanta
O sangue devagar corre por todo o corpo. Pode senti-lo nos pés. A bruma branca brinca sobre o verde molhado. O corpo caminha devagar.
No espelho, o rosto desconhecido e sonolento. Água corre pela torneira. O tempo passa, ela precisa ir. Por quê? Para onde?
No espelho procura a resposta. Há quanto tempo?
O coração se aperta. Não sabe. Não sabe mais. Procura no passado, não encontra. Aquela paixão pelo imediato passou. O futuro lhe parece uma grande incógnita. Para quê? Pergunta ainda mais uma vez para os olhos vazios que lhe fitam.
A Aurora tinge o dia cinza com seus dedos rosas delicados.
Ela não consegue se mexer. E as respostas? O modo automático não funciona mais. Precisa de outro meio.
As mãos cheias de água alagam o rosto. Uma, duas, três vezes. Aos poucos os olhos vidrados voltam à vida. A paz ameaça retornar suavemente ao peito. Ela se troca e sai. Sem olhar para trás.
O sol ainda preguiçoso recusa-se a acordar. Mas é dia. Dia cinza. Sabe que é necessário sair. O relógio toca pela segunda vez. Vai se atrasar.
O cheiro do orvalho, da grama, da terra. Ela não quer. Deita mais uma vez. Quer o calor da cama e o acalento dos sonhos. A luz fraca lhe acaricia o rosto. A hora de levantar já passou há muito. Não há mais como prolongar o calor da cama e das cobertas. Levanta
O sangue devagar corre por todo o corpo. Pode senti-lo nos pés. A bruma branca brinca sobre o verde molhado. O corpo caminha devagar.
No espelho, o rosto desconhecido e sonolento. Água corre pela torneira. O tempo passa, ela precisa ir. Por quê? Para onde?
No espelho procura a resposta. Há quanto tempo?
O coração se aperta. Não sabe. Não sabe mais. Procura no passado, não encontra. Aquela paixão pelo imediato passou. O futuro lhe parece uma grande incógnita. Para quê? Pergunta ainda mais uma vez para os olhos vazios que lhe fitam.
A Aurora tinge o dia cinza com seus dedos rosas delicados.
Ela não consegue se mexer. E as respostas? O modo automático não funciona mais. Precisa de outro meio.
As mãos cheias de água alagam o rosto. Uma, duas, três vezes. Aos poucos os olhos vidrados voltam à vida. A paz ameaça retornar suavemente ao peito. Ela se troca e sai. Sem olhar para trás.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
I want a black
(baseado na musica Black is beautiful de Elis Regina)
I want a blacksuas mãos
seu rosto
seu cheiro
I want a black
suas histórias
seus ideais
sua força
I want a black
sua paixão
seu amor
sua raiva
I want a black
como Zumbi
como Orfeu
como Otelo
I want a black
para ser meu
I want a beautiful
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