As mãos acariciam os cabelos, desmancham os cachos displicentes. Ela dorme, mas se arrepia. O corpo se movimenta lentamente, procura, sonolento, se acomodar à nova situação. Entretanto a mão não para, passeia agora entre os cabelos revoltos na cama e as costas. Ele acha graça na cena. Isso não parece afetar muito o sono dela.
Ledo engano.
Sua boca procura a nuca. O sonho lentamente vai se misturando com a realidade. As imagens chegam difusas. A figura dos olhos dele contribui para aumentar a confusão. O hálito quente em sua boca a desperta de vez. Ao alcance de suas mãos está o rosto, o peito, os braços, o corpo há pouco sonhado.
Não há palavras, não há barulho. No império do silêncio se desenvolvem os sonhos comunicados pelo olhar.
sábado, 12 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
Numa cidade
Uma vez
você me disse
que numa cidade
ali
existe alguém
que me observa
que se atrai
que me atende
e que me disse
que numa cidade
distante
existiu alguém
você me disse
que numa cidade
ali
existe alguém
que me observa
que se atrai
que me atende
e que me disse
que numa cidade
de lá
existia alguém
que me ouvia
que me valorizava
que me admirava
e que me disse
que numa cidade
distante
existiu alguém
que me percebeu
que se interessou
que me viu
e que me disse
que numa cidade
em algum lugar
existiria alguém
que se interessou
que me viu
e que me disse
que numa cidade
em algum lugar
existiria alguém
que me veria
que me escutaria
que se importaria
e que uma vez
me diria....
que se importaria
e que uma vez
me diria....
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