Hoje acordei com saudades
do seu toque
da sua voz
do seu olhar
Incompleta
como se
de repente
me desse conta
que esse tempo
em que a vida fluiu sem travas
sem convenções
naturalmente
não existiu
Hoje acordei com saudades
de um tempo
que eu nem sei se vivi
mas que permanece em mim
como um sonho bom
sábado, 30 de janeiro de 2010
sábado, 2 de janeiro de 2010
Nas pontas dos dedos
Os dedos percorrem o corpo, ela quer guardar o seu desenho, a sua pele.
Desenha o rosto, os olhos, quer levar esse olhar para sempre junto contigo. A boca. Sente por não haver como desenhar o beijo, o gosto daquela boca na sua. O queixo, a barba que começa a despontar e se enrosca no cabelo displicente dela.
Desenha o seu pescoço, o ombro, vai guardar a maciez da pele de seu peito, das suas costas, do seu rosto. Desenha seus braços, suas mãos, com suas marcas e suas cicatrizes.
O relógio é insistente e incessante.
Não pode perder tempo, é necessário guardar cada informação, cada desenho, cada centímetro, todas as marcas e toda cor.
Entretanto sabe que a a luta é dura e nula. Mais rápido de que gostaria, aproxima-se a hora da partida. Aproxima-se o tempo de ir.
Ela vai mas, à surdina, carrega o desenho daquele momento nas pontas dos dedos.
Desenha o rosto, os olhos, quer levar esse olhar para sempre junto contigo. A boca. Sente por não haver como desenhar o beijo, o gosto daquela boca na sua. O queixo, a barba que começa a despontar e se enrosca no cabelo displicente dela.
Desenha o seu pescoço, o ombro, vai guardar a maciez da pele de seu peito, das suas costas, do seu rosto. Desenha seus braços, suas mãos, com suas marcas e suas cicatrizes.
O relógio é insistente e incessante.
Não pode perder tempo, é necessário guardar cada informação, cada desenho, cada centímetro, todas as marcas e toda cor.
Entretanto sabe que a a luta é dura e nula. Mais rápido de que gostaria, aproxima-se a hora da partida. Aproxima-se o tempo de ir.
Ela vai mas, à surdina, carrega o desenho daquele momento nas pontas dos dedos.
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