domingo, 30 de maio de 2010

Corpo Vazio

Sonhos como velas
derreteram-se entre os dedos
trêmulos
ansiosos
angustiados
inúteis

Caem desfeitos
irreconhecíveis
estropiados
no chão

Asfalto quente
restos de sonhos evaporados
vapor d'água
vapor de sonho
por todo canto

A vida
suspensa
pausada

Olhos
turvos
fixos
no triste desenho
no caminho
pingado

Chove de mansinho
água com água
sonho com solo

Alma
molhada
pesada
encharcada
bêbada

Escorrega
esvai-se com a enxurrada
afasta-se
no asfalto quente
molhado
colorido
pelos pingos
dos sonhos derretidos

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