O ar chega vermelho
em instantes não há mais azul
nem verde
nem dourado
nem branco
As roupas do varal se camuflam
As árvores se assustam
O Sol tímido prefere se esconder
O firmamento de sangue permanece
O pouco que resta de lua brinca de pique comigo
entre pesadas nuvens rubras
O vento gelado entra pelos meus ossos
Mistura-se ao meu sangue
O corpo treme incessantemente
não há controle
não há paz
não há luz
Os joelhos miram a rua
ânsia de corrida
Os pés não obedecem
gelo que paralisa
O coração quase para
sangue-de-drago
resina
O céu escarlate pende sobre minha cabeça
O ar forma barro nos pulmões
seca
No meio do redemoinho encarnado
não há mais ninguém
Nem saci
Nem eu
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Noossa Laura! Amei
ResponderExcluirAo ler foi como se estivesse dentro desse "redemoinho", sensação muuito interessante!
Gostei mesmo! Parabéns!
lembro o outro mesmo, pela vontade de fugir, dessa vez, paralizada. muito bonito.
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