negro
denso
pesado
o corpo suspenso na água
o sopro na pele branca
não abala os cabelos pretos grudados na face
exangue
os dedos leves ainda lembram a busca
"o mar não tem cabelos" repetia o avô
enquanto balançava na rede com um dos pés para fora
pitava sossegado
ele sabia disso
olhar fixo
céu nublado
será que chove?
não saberá
no lapso da memória
sua última contradança
com a onda
que o levou para lá
Nenhum comentário:
Postar um comentário