pela janela aberta,
a brisa salgada
a noite escura
e o cheiro do mar
chegam devagarinho
mas ele está lá
fechado entre o quarto e a cozinha
com os pensamentos a lhe consumir
a boca formiga
a mão sua
o vento balança as cortinas
o ar não preenche seus pulmões
o corpo já não se cabe mais
o sangue
o copo
a tinta
explodem de ânsia
saca os fones
talvez o som ocupe
o vazio revolto
não é só
o coração diminuto ainda não se fez contente
precisa de mais
consistência inconstante
a casa diminui
o teto desce
o espaço se anula
ao lado
a porta
saída
a maneira de escapar
fugir
sai
agora
para onde ir?
não importa
o lado de fora
cansa o corpo
areja a alma
aos poucos,
o breu entra pelos poros
ocupa o espaço
reestabelece o frágil equilíbrio
Assinar:
Postar comentários (Atom)
perfeito!
ResponderExcluir