segunda-feira, 28 de maio de 2012

céu vermelho


céu vermelho
nuvens brancas na noite clara
o vento gelado corta a alma em fatias finas
mas ainda não ameniza
a angústia

talvez chova
mas não importa
talvez chore
pouco importa

a dor não sairá
está escondida
nas voltas que o sangue dá no coração

o grito não dado arranha a garganta
o gosto amargo permanece na boca
o pulo inerte prega os pés no chão
o tapa continua gravado na cara
________________________e na mão

o vermelho escorrega das nuvens
a chuva vermelha esparrama o sangue no cimento ocre

quente

mas a dor ainda pulsa no corpo entorpecido
ininterrupta.

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