domingo, 3 de fevereiro de 2013

meu caminho




e se meu caminho estiver nas estrelas?
como segui-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se meu caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?
como disputá-las com a fome?

e se meu caminho for brincando com o precipício?
será que a música do vento nas pedras me sustenta no ar?

na noite escura
não há rua
não há rumo
não há marcas
não há estrelas-guias

no breu total
não há paz
e nem certeza
só a fina linha da esperança
de que amanhã
novamente
o sol apareça

e se meu caminho estiver nas estrelas?
como encontra-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se me caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?
como achá-lo se a
e se meu caminho estiver nas estrelas?
como encontra-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se me caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?
como achá-lo se a com fome não há mais nada?


e se meu caminho estiver nas estrelas?
como encontra-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se me caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?

e se meu caminho estiver nas estrelas?
como encontra-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se me caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?
como ach-alo se a fome
e se meu caminho estiver nas estrelas?
como encontra-lo nessa noite nublada e sem lua?

e se me caminho estiver nas pegadas que deixei?
como voltar se o vento e a chuva apagaram tudo?

e se meu caminho foi marcado com migalhas de pão?
como ach-alo se a fome

entre o vai e vem


No compasso do samba
entre o vai e vem,
quando saímos do ritmo?

A música parou de tocar
meu corpo se separou do seu
mirou a saída
não houve trava
não houve condução
sem mais voleios

Só o silêncio ocupa meus ouvidos
a ausência do toque marca a minha pele

Meus pés ainda buscam a dança
desejam a melodia
esperam o corpo encaixado

Mas minha alma sabe que deve partir
e
se
parte

os pedaços
se espalham pela rua
e se confundem
com o branco ar da lua

Danço agora
um bolero suave
com a brisa da madrugada
por entre
as sombras da calçada.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A certeza que ele tem


O vestido colorido
dançando na porta.
O rosto pintado
perdido no espelho.

Ela não tem a certeza que ele tem.

O telefone toca.
Desliga.
Toca novamente,
mas ela não está.

Queria a paz daqueles dias.
Que dias?
Talvez ontem.
Talvez mais.
Talvez num sonho.
Talvez nunca mais.

Queria a certeza que ele tem.

Disse que torce por ela
que quer a sua amizade.
Mas, surda, ela quer o braço e o abraço.

A certeza dele ela não tem.

A saudade do toque e do beijo
desmancha a maquiagem.
O peito dolorido
acusa presença indevida.
O sentir não deveria mais existir
mas músculo involuntário não respeita ordens.

Vento na porta.
Vestido no chão.
Por todos os cantos,
cores misturadas
espalhadas.

Precisa voltar.
Precisa ir.
Precisa respirar
e sair.
A vida precisa dela lá fora.

E ela precisa da certeza que ele tem e ela ainda não.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Meia noite



Hoje já é amanhã!

Mas
Falta ainda dormir
Falta ainda acordar
Falta ainda perceber
a falta do sentir
do toque
do beijo.

Falta o sol nascer 
e iluminar
o dia
a alma
o caminho
a calma
do desvio...

E hoje é amanhã
o futuro assim tão perto
esperando a música acabar
e o mundo
daqui a pouco
despertar azul e rosa.