sábado, 2 de fevereiro de 2013
A certeza que ele tem
O vestido colorido
dançando na porta.
O rosto pintado
perdido no espelho.
Ela não tem a certeza que ele tem.
O telefone toca.
Desliga.
Toca novamente,
mas ela não está.
Queria a paz daqueles dias.
Que dias?
Talvez ontem.
Talvez mais.
Talvez num sonho.
Talvez nunca mais.
Queria a certeza que ele tem.
Disse que torce por ela
que quer a sua amizade.
Mas, surda, ela quer o braço e o abraço.
A certeza dele ela não tem.
A saudade do toque e do beijo
desmancha a maquiagem.
O peito dolorido
acusa presença indevida.
O sentir não deveria mais existir
mas músculo involuntário não respeita ordens.
Vento na porta.
Vestido no chão.
Por todos os cantos,
cores misturadas
espalhadas.
Precisa voltar.
Precisa ir.
Precisa respirar
e sair.
A vida precisa dela lá fora.
E ela precisa da certeza que ele tem e ela ainda não.
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