segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Os salgueiros cegos sussurravam segredos seculares aos passantes surdos e cegos que cismam e em prosseguir mesmo assim. Eles não verão o que acontecerá. Ele chegou de mansinho. O sol ainda hesitava em ir. As sombras formavam imagens e ideias. O som intermitente sossegava a sua alma. Aos poucos, a silhueta delicada se desenhou longe. De onde estava, podia sentir a música que a brisa extraía dos brincos dela tilintando em sua alma. Sua respiração suspensa. A brisa suave e quente no rosto, nunca soube se o calor era do vento ou dele próprio.A procura prosseguia desde o último solstício.
Uma flor lilás desenhada pela luz no bosque, o vestido quase transparente brincava com o vento. Os raios dourados de Apolo refletiam nas folhas secas do caminho e invadiam a alma dele. Eles são de materiais diferentes. Releu a carta para se certificar de que era verdade.Podia ver o arco-íris que formava através das suas asas quase transparentes. Eram mosaicos coloridos de caleidoscópio. Estava irremediavelmente hipnotizado. Ele sabia que não deveria estar ali.
Desde que a viu pela primeira vez passou a se esquecer dos compromissos diários. Quase não havia mais pelos trançados nas crinas dos cavalos, nem leites azedos nas cozinhas, as tortas de maçã deixaram de sumir das janelas. O bosque andava tranquilo demais para ser verdade, mas era somente a primavera que chegara atemporal no coração do elfo.
Queria se aproximar, seus pés não correspondiam. A fada assim em um banco formado por raízes de figueira parecia ainda mais inatingível. Ele girou sobre os calcanhares. Pensou em ir embora, abandonar essa ideia louca. A vida sempre fora tranquila, sossegada e alegre com as estripulias entre a obrigação. Será que fora atingido pelo feitiço da flor de Amor-Perfeito. Uma fez se metera em uma confusão sem fim por conta da plantinha. Deveria ir embora. Respirou fundo decidido. Não se moveu. A imagem da flor de lilás sentada riscando o chão com os pés ocupara a sua mente como um tsunami. Por Pã, esses sentimentos o estavam deixando maluco.
.Era claramente um encontro. Ela o esperava tranquila. Seu vestido dançava com o vento leve. Ele deveria se aproximar. Mas o que ele iria falar? Como iria dizer? Onde colocaria as mãos tremedeiras? Queria as mãos dela entre as suas. Queria sentir o ar perfumado por ela. Aroma lilás. Queria somente tocar de leve seus cabelos. Queria muita coisa. mas não se mexia.
O sol começava a dar indícios de que não ficaria muito tempo mais por ali esperando o elfo se resolver. Quando a noite dominasse tudo seria hora das magias e das mágicas, haveria muito o que fazer, sabe que não a encontraria. São de materiais diferente. Afinal, por que estava ali? O bilhete na mão o lembra do encontro agendado, lembra da espera por outra oportunidade. Olha fixamente para a fada à espera. Ela não ficará ali muito tempo mais.
A vida através dos seus olhos os medos as dúvidas as excitações ficaram para o lado de lá Aqui somente o aconchego a certeza de que nada acontecerá a proteção
Uma palavra. um olhar, um toque, um arrepio, os sentimentos todos em ebulição ao mesmo tempo. Apolo sorriu satisfeito e levou Eros consigo, era necessário terminar o trajeto, logo logo a Lua viria com seu carro.
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