quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Poema desabalado


O coração em descompasso
tal qual galinha d'angola
- fraco fraco!

A vida despedaçada
como aquela vidraça
daquela casa amarela
esquecida na esquina.

A luz fragmentada
pelo abajur de vidro colorido
um pouco aqui
muito lá.

O frio intermitente
do inverno eterno
no tiritar dos ossos.

A fantasia cai desfolhada
na rua ocupada
pela multidão marchando
para lado algum.

O chão desmanchado
como o penteado
daquela criança vermelha
na manhã de agosto.

A saída fechada
de repente
com o vento forte do leste.

Nua, descabelada, desfigurada.

Não há meio de fuga.

Naquele instante,
é engolida.

Evapora-se
_______em inebriante e fugaz
______________perfume de café
_____________________fugindo pela janela entreaberta
____________________________de um apartamento qualquer.



Um comentário:

  1. é... e não é que tem dias em que a alma da gente está assim?!
    Beijos da Polly

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