quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pede permissão para se levantar da mesa do jantar. A mãe consente com a cabeça. Ele pula no chão, calça seus chinelos e corre para o quarto. Da janela vê as esperadas luzes novas. Além das companheiras estrelas e da lua viajante e das luzes eternamente amarelas da cidade lá longe, agora ele vê umas luzes coloridas intermitentes. O desenho não deixa dúvidas. É um circo. É igualzinho ao que ilustra aquele livro velho guardado com tanto carinho embaixo do travesseiro.
Veio se deitar antes de todos, quer esse momento só para ele, apagou as luzes do quarto, abriu a janela e ficou esperando a vida acontecer além dos pastos. Quer as luzes coloridas bailando com as corujas que cismam em piar e o galo desparafusado que não sabe que já é quase meia noite. Com algum esforço pode escutar as palmas, o riso, a plat´´eia segurando o folêndo diante do trapézio.

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