domingo, 20 de julho de 2014

Sob o céu vivo em azul


O vento frio sai de seus ossos
lhe rasgando por dentro
cortando a pele seca

A falta de ar
põe uma bola de ferro sobre o peito
quer gritar
não há voz
quer chorar
não há água

Os passos são nulos
sobre o pasto seco
indo a lugar algum
não há mais cidade por perto
não há mais quem possa socorrê-la
está morrendo sufocada em campo aberto

O céu vivo em azul
pousa em sua cabeça
Não tem forças para levantar-se
suas pernas a ignoram
o vento toca por seus ouvidos
não quer escutar
seu coração pula pela boca
não consegue respirar
na garganta seca
não há flores

Estica os braços
procura as estrelas
fecha os olhos
quer o calor
sozinha
quer a eternidade
esquecida

Dentro, encontra o caos
quer o silêncio
quer a ausência da dor
quer a paz do universo

Em seu corpo
já não há resposta
está seca
no pasto seco
na noite clara
sem luar
com o firmamento todo a lhe apertar o peito


Nenhum comentário:

Postar um comentário